domingo, 25 de novembro de 2007

Mídia é política, de fato.

O último “ato revolucionário” dos bravos socialistas do NAJUP na FDR foi a distribuição de exemplares de um jornaleco de esquerda chamado “Brasil de Fato”. Até aí, nada de novo. Já virou moda, entre os nossos revolucionários, fazerem jornais e escritos que têm como objetivo incensar ditadores latino-americanos e terroristas islâmicos em sua campanha “contra o imperialismo americano”, e cujo principal protesto contra o capitalismo é serem tão chatos que não atraem nenhum leitor que já não esteja intoxicado de ideologia barata. A grande novidade foi o fato de assumirem como mote a sua parcialidade, e não mais se arrogarem o título de mídia isenta, livre dos “interesses escusos” que regem “a mídia hegemônica”.
A coisa se torna ainda mais interessante com uma breve olhada pelo site do tal “Brasil de Fato”: quem quiser procurar, encontrará diversas críticas à grande mídia por ser justamente aquilo que o tal jornalzinho assume ser: parcial. Em alguns textos interessantes, diz-se que “com raras exceções, jornalões, revistas, rádios e emissoras de televisão tomaram partido na eleição”, e fala dos “tucanos enrustidos na mídia” como algo de sumamente imoral (http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/news_item.2006-11-06.6018855389); critica a “mídia direitista” por ser “instrumento político a serviço das corporações capitalistas” (http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/o-fim-da-concessao), além, é claro, do ódio doentio que têm da Globo, a quem julgam o máximo do conservadorismo(http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/estrategias-contra-a-globo). (Não vêm ao caso, mas com tantos motivos para detestar a Globo, é estranho detestá-la justamente por aquilo que ela não é: conservadora). Entrando na seção de “análises” do site, encontram-se diversas outras posições parecidas.
Hipocrisia? Também. Afinal, a hipocrisia é o modus operandi por excelência da esquerda: ser de esquerda no Brasil significa se opor às ditaduras latino-americanas por terem impedido que os comunistas implantassem as suas próprias ditaduras; clamar contra os abusos dos direitos humanos nas prisões do país e não dizer uma palavra sobre os que ocorrem cotidianamente na ilha-prisão de Fidel Castro; significa participar de protestos pela paz no Brasil e participar de Fóruns Sociais Mundiais com os narcotraficantes das FARC’s, principais fornecedores de drogas ao tráfico brasileiro, além de fazer protestos anti-americanos pelas crianças que morrem no Iraque enquanto participam de um jornal como o Brasil de Fato, que tem no seu conselho político o terrorista italiano Achille Lollo, condenado na Itália a 18 anos de prisão por matar queimadas duas crianças num atentado terrorista das Brigadas Vermelhas em 16 de Abril de 1973.
Mas há aí algo mais. Mídia é política, dizem eles, e fazem mídia justamente como fazem política. Chega a ser cômico um socialista falando de democracia, quando o sistema que defende é irremediavelmente totalitário. O que irrita o Brasil de Fato e congêneres na mídia que eles dizem burguesa, não é que ela seja parcial ou mentirosa, mas simplesmente não subscrever em tudo o besteirol socialista. O que irrita aqueles que farão a revolução é simplesmente o fato de existirem pessoas, na malvada direita, que não consigam enxergar o esquerdismo como o ápice da evolução moral da humanidade. Na política, isso gera os gulags, os expurgos de Moscou e o paredón de Cuba. Na mídia, a linchação moral de seus supostos antagonistas, cassação de concessão de TV’s oposicionistas e a “democratização dos meios de comunicação”.
Estejam certos que quando um dos nossos revolucionários tupiniquins fala este palavrão aí em cima ele tem como modelo de jornais democráticos o Pravda soviético e o Granma cubano. Realmente, no socialismo, mídia e política se complementam: a política é voltada para eliminar os opositores e os jornalecos para louvarem os assassinos.

Nenhum comentário: